A alvorada já raiou há tempos no CT Rei Pelé quando os jogadores alijados do Santos iniciam seus rituais matinais. Longe das vistas e dos planos do técnico Fábio Carille, esses atletas se encontram em um limbo de incertezas e desafios físicos, submetendo-se a treinamentos que mais parecem sombras da intensidade exigida pela elite do futebol.
No raiar do dia, às 7h30, os campos ainda estão envoltos em névoa quando esses jogadores começam suas atividades. Segundo informações colhidas pela Trivela, as sessões matinais mal ultrapassam a marca de uma hora e meia, uma duração que destoa da rotina dupla dos colegas que almejam a glória nos gramados.
O cenário é invariavelmente a academia, com esporádicas incursões no campo sintético. Contudo, um murmúrio de mudança se faz ouvir. As previsões apontam para um tímido contato com a bola, ainda que em meio ao luxuriante gramado natural do centro de treinamento.
A lista dos marginalizados é extensa e abarca diversas posições: goleiros como Vladimir e Paulo Mazoti, zagueiros como Zabala, e meio-campistas como Lucas Lima. Cada nome carrega consigo uma narrativa de sonhos adiados e talentos subutilizados, enquanto o clube busca acomodar as peças no intricado tabuleiro do mercado futebolístico.
O desânimo permeia o ar. Mesmo após o presidente Marcelo Teixeira ensaiar acenos de reintegração, a aura de incerteza eclipsa qualquer lampejo de esperança. O despertar precoce, as corridas e os exercícios anaeróbicos surgem como um ritual desprovido de propósito, uma preparação insuficiente para o imponderável.
Em contrapartida, Fábio Carille e sua trupe preparam-se para um teste vital. Um jogo-treino contra o Oeste se avizinha, marcando o batismo de muitas das novas contratações. O objetivo é claro: pavimentar o caminho para o Paulistão e vislumbrar o retorno à elite do futebol brasileiro.
Enquanto o Santos se prepara para o embate, os jogadores marginalizados aguardam nas sombras, cada treino matinal amplificando a distância entre eles e o sonho de brilhar nos gramados.