Preços Exorbitantes de Ingressos Desafiam a Paixão dos Torcedores nas Eliminatórias da Copa 2026

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O futebol, que costuma ser um esporte de paixão e inclusão, enfrenta um dilema nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026: os preços dos ingressos. Em um espetáculo que deveria unir nações através do esporte, os altos custos dos bilhetes estão afastando os torcedores, especialmente aqueles das classes menos abastadas, dos estádios.

Na primeira rodada do torneio, realizada em setembro, a média do preço dos ingressos girou em torno de 102 dólares, quase 527 reais. Uma barreira financeira que dificulta o acesso de muitos amantes do futebol a essa emocionante jornada.

A Argentina, que enfrentará o Paraguai na próxima rodada, não fica atrás nessa escalada de preços. A Federação Argentina de Futebol disponibilizou ingressos com valor médio de 120 dólares, aproximadamente 620 reais na taxa de câmbio oficial. A justificativa da AFA é que eles lançaram o AFA ID, um tipo de programa de sócio-torcedor que oferece prioridade e descontos aos fãs. A categoria mais alta, chamada Oro, traz mais benefícios, mas o custo exorbitante de 14.000 dólares, cerca de 73.000 reais, é um obstáculo para a maioria.

O treinador da seleção argentina, Lionel Scaloni, não escondeu sua preocupação com os preços dos ingressos, revelando que a situação não é diferente nem para ele, que comanda a equipe. Em uma entrevista coletiva, ele expressou: “Foi caro para mim, como para todos. Mas eu não sou ninguém para decidir o preço dos ingressos. Se fosse por mim, as pessoas iriam de graça. Mas o que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso.”

No Brasil, a situação é igualmente complexa. Os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede, sem valores previamente fixados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A diversidade de valores torna ainda mais desafiador para os torcedores planejarem sua participação nos jogos.

Além da Argentina e do Brasil, o Chile e o Uruguai também enfrentaram o mesmo problema. Arturo Vidal, capitão da seleção chilena, criticou publicamente os preços dos ingressos e buscou uma redução junto ao presidente da Federação de Futebol do Chile.

No Uruguai, a situação se refletiu nas arquibancadas, com um estádio que não atingiu sua capacidade máxima devido aos preços. Ignacio Alonso, presidente da Associação Uruguaia de Futebol, reconheceu o erro: “Erramos. A prova é que o estádio teria que ter vendido cerca de 40.000 ingressos, que era o que estava permitido naquele dia, mas tivemos cerca de 31.500. Há 8.500 que não foram devido à rejeição aos preços.”

A paixão pelo futebol não deveria ser determinada pelo tamanho da carteira, e o preço dos ingressos está desafiando essa premissa fundamental. O desafio para as entidades esportivas é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de financiar o esporte e garantir que ele permaneça acessível a todos.

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