França, a Eficácia e o Sonho que Ficou pelo Caminho

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No mundo do futebol, a posição de atacante, o camisa 9, é a personificação do sonho e da esperança para equipes e torcedores. Richarlison, Gabriel Jesus e Matheus Cunha atualmente travam uma disputa acirrada pela cobiçada posição de principal goleador da seleção brasileira. Entretanto, esta busca incansável por ser o nome no topo da folha de escalação faz lembrar que, ao longo da história, muitos tiveram a oportunidade de usar a mítica camisa 9 da seleção e, apesar de seus méritos e habilidades, não conseguiram se igualar às expectativas.

França, o quinto maior artilheiro da história do São Paulo com 182 gols, é uma figura inesquecível desse cenário. Teve a chance de representar o Brasil em uma época em que os artilheiros brasileiros pareciam surgir como mágica, mas, infelizmente, ele não conseguiu reproduzir na seleção o que fazia semanalmente no Morumbi. Mais de duas décadas depois, França admite que a culpa recai sobre seus próprios ombros.

Sua passagem pela seleção brasileira foi breve: apenas oito jogos, sendo três deles completos. Sua estreia nos amistosos contra País de Gales e Inglaterra resultou em seu único gol com a camisa amarela, um tento no empate por 1 a 1 contra a Inglaterra no antigo estádio de Wembley, em Londres. Depois dos amistosos, França conquistou a confiança de Vanderlei Luxemburgo, mas, eventualmente, perdeu espaço para outros atacantes talentosos.

Em entrevista, França compartilha sua jornada na seleção e aponta para a diferença fundamental entre sua época e a atual: tempo e oportunidades. Segundo ele, os atacantes de hoje têm mais oportunidades para se consolidar na seleção, enquanto em sua época, a competição era feroz e os jogadores tinham poucas chances para demonstrar seu valor.

A jornada de França foi encurtada pela lesão e a concorrência acirrada, incluindo nomes como Elber, Guilherme, Luizão, Amoroso e Romário. O sonho de disputar a Copa do Mundo foi interrompido por um estiramento às vésperas da convocação final, uma memória amarga que ainda ecoa em sua mente.

Ele acredita que, se sua carreira fosse na atualidade, seu destino na seleção poderia ter sido diferente. Hoje, os jogadores têm mais tempo para conquistar seu espaço e se tornar referências, algo que França não conseguiu devido à intensa competição de sua época. E, além do desempenho esportivo, França reconhece que o aspecto mental também influenciou sua jornada na seleção, já que ele se sentia menos à vontade do que no São Paulo, onde era um ídolo incontestável.

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