Gestão instável e problemas financeiros empurram a Ponte Preta para a beira do abismo na Série B de 2023
O pesadelo persiste na Associação Atlética Ponte Preta, onde uma crise sem precedentes ameaça empurrar o clube campineiro para as profundezas da Série C. Após a derrota para o Avaí por 1 x 0 na 36ª rodada da Série B, a Macaca caiu para a 17ª colocação, adentrando a zona de rebaixamento. Essa queda livre foi consumada após a vitória do Tombense sobre o Sampaio Corrêa por 2 x 1, em São Luís.
Mas essa sequência de dez jogos sem vitória é apenas o resultado de uma má administração que se arrasta nos bastidores do Estádio Moisés Lucarelli. O problema começou em 2022, quando o ex-treinador Hélio dos Anjos, que havia conduzido a equipe à vitória no Campeonato Paulista A2, alertou para a necessidade de reforços para a Série B. No entanto, alegando falta de recursos financeiros, a diretoria não atendeu a esse pedido. Posteriormente, o treinador se demitiu, citando atrasos no pagamento de salários.
Esse atraso nos salários se tornou uma constante em 2023, afetando tanto jogadores quanto funcionários do clube. Durante esse ano turbulento, a Ponte Preta trocou de treinador três vezes, o que contribuiu para a falta de estabilidade e resultados decepcionantes. Hélio dos Anjos, o técnico responsável pela campanha vitoriosa no Paulista A2, foi o primeiro a sair, alegando a falta de pagamento de uma promessa feita pelo presidente do clube.
Com a saída de Hélio dos Anjos, o time enfrentou dificuldades para encontrar um substituto à altura. Passaram pelo cargo Felipe Moreira, Pintado e, atualmente, João Brigatti, que ainda não conseguiu conquistar uma vitória à frente da equipe. Nas estatísticas, a diferença é evidente: com Hélio dos Anjos, a Ponte Preta disputou 45 jogos, vencendo 13, empatando 15 e perdendo 17. Após sua saída, em 34 jogos, a equipe venceu apenas sete, empatou 14 e perdeu 13.
A crise também se reflete na ausência de gols, com a Ponte Preta passando por quatro rodadas consecutivas sem balançar as redes. A falta de planejamento após a saída de Hélio dos Anjos é evidente, resultando em uma equipe sem identidade de jogo e pouca perspectiva de melhora.
A crise financeira aprofundou-se com contratações questionáveis de jogadores caros e sem adequação ao perfil do clube. Com problemas familiares, o jogador Souza pediu rescisão de seu contrato. Além disso, o atacante André, com passagens por Corinthians e Santos, chegou ao clube, mas não conseguiu fazer a diferença em campo.
Diante desse cenário desolador, a Ponte Preta enfrenta um futuro incerto, com a perspectiva real de um rebaixamento para a Série C em 2024. A crise institucional e administrativa atingiu seu ápice, levando o clube a uma encruzilhada de consequências potencialmente devastadoras.